CINCO FUNCIONÁRIOS DE CLÍNICA DE REABILITAÇÃO SÃO PRESOS SUSPEITOS DE MATAR INTERNO EM EMBU GUAÇU.
Caso foi registrado como homicídio, sequestro, cárcere privado e tortura na delegacia de Embu-Guaçu; interno tinha 38 anos.
Cinco funcionários de uma clínica de reabilitação no bairro Itacaré, em Embu-Guaçu, Grande São Paulo, foram presos nesta segunda-feira (25) suspeitos de matar um interno de 38 anos.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), guardas civis realizavam patrulhamento de rotina, quando foram informados de que Onésio Ribeiro Pereira Júnior teria dado entrada já sem vida e com sinais de violência pelo corpo na Unidade Mista de Saúde (UMS) Municipal.
Os guardas foram até o local e, em contato com os funcionários da clínica, foram informados de que o interno teria fugido e, após ter sido capturado, começou a se sentir mal. Alegaram ainda que, por isso, o homem foi levado até o hospital.
Porém, segundo os médicos, o interno já havia entrado no hospital sem vida. Com isso, diante das contradições, policiais civis da delegacia de Embu-Guaçu foram até a clínica, onde testemunhas contaram que a vítima teria sido agredida e que o local da agressão havia sido lavado para dificultar o trabalho da perícia.
Em entrevista à TV Globo, um dos internos relatou que ouviu as agressões. "Espancaram ele de madeira. Amarraram e bateram nele. O meu quarto era em cima do quartinho que ele tava. Nós escutamos tudo...ele gritando: 'pelo amor de Deus para'. Isso aí não pode ficar assim, não pode ficar impune", afirmou o rapaz, que terá a identidade preservada.
Onésio Ribeiro Pereira Júnior foi internado no dia 28 de agosto deste ano. De acordo com parecer emitido pela clínica referente à evolução do paciente, ao qual a reportagem teve acesso, foi informado que Onésio apresentava "convivência aceitável com os demais acolhidos, equipe e aceitável adesão ao tratamento por internação" e "demonstrava interesse nos conteúdos abordados".
O diretor da clínica, Ueder Santos de Melo, informou ao g1 nesta terça-feira (26), por telefone, que acompanhará as investigações e disse que os cinco funcionários foram desligados imediatamente.
"Desligamento total dos funcionários e a Justiça está apurando os fatos. Estou total à disposição da polícia. A unidade nasceu em 2022. É uma unidade nova. Agora, minha preocupação é orientar as famílias. Nunca foi da nossa política ter agressão. Nunca vi como gestor acontecer algo, como muitos estão dizendo. Seria o primeiro a fazer denúncia se visse algo", afirmou.
Os cinco funcionários, que têm entre 26 e 65 anos, foram levados para a delegacia e o caso foi registrado como homicídio, sequestro, cárcere privado e tortura na Delegacia de Embu-Guaçu.
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